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Trabalhos e Pesquisas desenvolvidos na Comunidade

 

 

 

 

TIA EVA, NEGRAEVA - HISTÓRIA DA COMUNIADE DE SÃO BENEDITO

 

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - Jornalismo

Associação Beneficente dos Descendentes de Tia Eva

Coletivo de Mulheres Negras - MS

 

Vanda Moraes

 

 

 

 

EVA – JORNAL COMUNITÁRIO DA VILA SÃO BENEDITO

 

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

 

Projeto da disciplina Comunicação Alternativa do curso de Jornalismo

 

Edição Piloto, julho de 2001

 

Edição 1, novembro de 2001

 

 

 

 

RETRATOS DA COMUNIDADE SÃO BENEDITO

 

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

 

Priscila de Oliveira Ribeiro

 

RESUMO: Este trabalho teve por objetivo produzir um livro-reportagem fotográfico sobre a Comunidade Remanescente de Quilombo São Benedito, de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. O núcleo foi fundade em 1905 pela ex-escrava Eva Maria de Jesus, nascida em Mineiros (GO), e desenvolveu-se juntamente com o município. Ele é conhecido por organizar anualmente a tradicional festa em homenagem ao santo padroeiro. O trabalho foi realizado a partir de uma pesquisa e do registro cotidiano dos moradores e descendentes de "Tia Eva", não apenas durante a festa, como também em outras épocas do ano, por meio de fotografias, entrevistas, observação direta e pesquisa bibliográfica.

 

 

 

 

DESCENDENTES DE UMA PROMESSA: A FESTA DE SÃO BENEDITO NA COMUNIDADE TIA EVA

 

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

 

Aline Sesti Cerutti

Amanda Leal

Nelly Stéfani Cano Viruez

 

RESUMO: A pesquisa de campo teve como objetivo observar, registrar e analisar sob o ponto de vista da dinâmica cultural, a “tradicional” festa de São Benedito, na Comunidade, que completou 92 anos e, hoje faz parte do calendário cultural da cidade de Campo Grande (MS). A Comunidade de São Benedito, formada entre outros, pelos afro-descendentes da ex-escrava Tia Eva, sua fundadora e devota do Santo. O ritual festivo apresenta aspectos sagrados, onde o Santo dos negros é reavivado a cada festa, renova tradições, remarca o território na comunidade, através da procissão, novenas, missa e a adoração no altar com flores e velas. Com a religiosidade de âncora do festejo e a devoção, o pilar “tradicional” do evento, a adaptação do festejo, para atrair pessoas, se fez necessário, resultando na atualização da mesma. Tal atualização se deu pela dinamicidade das atividades realizadas que serviram como atrativo para o público e enriquecimento do calendário festivo. Ao longo da pesquisa de campo foram feitas entrevistas com os membros da comunidade, coletados dados históricos culturais (fim do séc. XIX ao XX) sobre a formação da comunidade, a vinda de Tia Eva e sobre a estrutura da festa, e realizados registros fotográfico e audiovisual. Foi possível observar transformações estruturais nos aspectos do sagrado e profano, como por exemplo, os cantos religiosos que formam parte do cenário ritualístico com os mais velhos e logo após músicas de ritmos dançantes que embalam os mais jovens. Na compreensão do sentido da festa, observamos ressignificações culturais no cenário religioso versus profano, cujas transformações culturais demonstram rupturas e continuidades nos diferentes contextos históricos apresentando tradições reinventadas.

 

 

 

 

COMUNIDADE SÃO BENEDITO, CAMPO GRANDE/MS: PATRIMÔNIO CULTURAL, TURISMO E DESENVOLVIMENTO LOCAL

 

Universidade Católica Dom Bosco

 

Eliane de Matos

 

RESUMO: Os homens em comunidade em seu território constroem ao longo de sua própria história

sentimentos que são compartilhados e apropriados por cada membro deste grupo. Ao

compartilhar emoções e vivências ocorre a manifestação cultural deste grupo onde cultura

pode ser interpretada também como o modo de pensamento, de agir, de vestir, de expressão

de determinado grupo humano, em suas relações intra e intergrupais. Esta pesquisa analisa a

comunidade São Benedito, uma comunidade formada através da vinda de uma negra, de nome

Eva Maria de Jesus, da cidade de Mineiros/GO, para se estabelecer na cidade de Campo

Grande/MS, por volta de 1904. Cumprindo uma promessa, construiu a igrejinha de São

Benedito. A fundadora desta comunidade morreu em 1926 e antes de morrer pediu a seus

descendentes que não deixassem de rezar ao seu santo. E essa promessa continua a ser

cumprida pelos seus descendentes até hoje. A igreja é tombada em nível estadual e

municipal. De 1998, quando foi realizada uma primeira pesquisa na comunidade, esta

localizada no bairro São Francisco, neste município, até o ano de 2003, algumas mudanças

ocorreram Tais como, a pavimentação de sua rua principal, a construção de uma escola e

creche, reforma do salão da associação dos descendentes e lombada eletrônica. A presente

pesquisa abrangeu a realização de entrevistas em que se buscou analisar se o desenvolvimento

ocorrido se deu a partir da identidade de valores culturais relativos a sua religiosidade,

tentando relacionar turismo cultural e perspectiva de desenvolvimento local a partir do

conhecimento das manifestações culturais existentes. Os moradores da comunidade

observaram como positivas as mudanças materiais ocorridas, porém que ainda se faz

necessária mais união entre seus membros para que, juntos, possam firmar a identidade afrobrasileira, segundo palavras de muitos entrevistados. Os dados apontados em decorrência da

pesquisa mostram que a maioria dos entrevistados soube apontar fatos relativos à chegada de

Tia Eva em Campo Grande, vêem a Igreja de São Benedito como testemunho da história do

local; entendem patrimônio histórico como sendo uma herança cultural, e que essa Igreja é

prova ao turista que chega na localidade. No entanto, sabem que para que o turismo ocorra de

modo organizado e estruturado, precisam estar preparados e aprimorados com os traços

culturais afro definidos enquanto identidade do grupo. A comunidade observou que espera

que o turismo divulgue sua história, valorizando-os perante toda a sociedade e o presente

trabalho analisa esse entendimento sob a perspectiva do turismo cultural voltado para o

desenvolvimento local.

 

 

 

 

EVA MARIA DE JESUS (TIA EVA): MEMÓRIAS DE UMA COMUNIDADE NEGRA

 

Carlos Alexandre B. Plínio dos Santos

 

RESUMO: Por meio das memórias dos idosos da comunidade negra Tia Eva, localizada em Campo Grande/MS, procuro, no presente artigo, apresentar a trajetória de vida da ex-escrava Eva Maria de Jesus (tia Eva) e, como consequência, a história da formação dessa comunidade. A memória sobre tia Eva também revelou as interações que ocorreram entre ex-escravos da região Sul de Mato Grosso (atual Mato Grosso do Sul) e ex-escravos migrantes das fazendas escravocratas do Triângulo Mineiro e do sul do estado de Goiás. Essas interações provocaram o nascimento do que denomino de “Irmandade” (categoria nativa), que uniu seus membros com o objetivo comum de realizar o projeto camponês e que pode ser resumido na tríade terra, família e trabalho. Procuro evidenciar também que os membros da Irmandade formaram intrínsecas ligações (políticas, socioeconômicas e culturais) que denominei de rede-irmandade. O foco dessa rede era o de ajuda e apoio mútuos, além da preservação e do acesso a terra, ou seja, o projeto de reprodução social camponês. Esse projeto, além de ter estabelecido os vínculos de uma Irmandade formada por ex-escravos, direcionou a vida da ex-escrava Eva Maria de Jesus (tia Eva).

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